Como está o mercado para os autores ?
- Leandro Abreu

- 20 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de abr.
Você vai tirar suas próprias conclusões, mas pra começar nosso bate-papo, te peço para montar uma lista de 3 shows inesquecíveis e 3 ´discos´ icônicos.
Sabe o que esses shows tem em comum com esses ´discos´ eternos?

A resposta é simples: a MÚSICA! A indústria da música necessita de… Música.
O compositor, ou autor, tem papel central na indústria da música, um bom exemplo disso é o Rei do Rock, o Elvis não compunha, ele era um intérprete como nenhum outro, mas a parceria com compositores fez toda a diferença em sua carreira.
A música é um elemento fundamental para outras indústrias também, como o cinema, TV, teatro, marketing e, mais atual do que nunca, os games. Fala a verdade, o que seria de uma boa cena de suspense, romance ou e uma batalha épica sem trilha ou com a trilha errada?
Isso também acontece com os jingles, quem não lembra da ´Pizza com Guaraná´, do ´Café Seleto´ ou do ´tema da vitória do Ayrton Senna´?
Acho que tá dando pra sacar que tem muita oportunidade para os autores, mas acho que agora tem outra pergunta pintando na sua cabeça: como os autores ganham dinheiro?
Para responder eu preciso te explicar como funciona o lance dos direitos autorais e entendermos em alguns termos importantes:
Obra: o que o autor cria é obra. É a música em estado cru, letra e melodia;
Fonograma: é a música gravada. É a obra que tomou corpo por ´culpa´ dos músicos, produtores, engenheiros de som, arranjadores e intérpretes e agora está no disco, no CD, em arquivo digital ou nas plataformas de streaming;
Direitos Autorais: direitos a serem pagos aos autor(es) e editor(es);
Direitos Conexos: direitos a serem pagos aos intérpretes, músicos, produtores, arranjadores, toda vez que um fonograma toca.
Os direitos autorais serão pagos toda vez que sua música tocar, seja no radio, em um show, na televisão ou em um filme. Lembre-se, ´toda vez que uma música toca alguém está ganhando dinheiro´. Por isso existem 3 tipos de Direitos a serem pagos:
Fonomecânicos: quando o fonograma é reproduzido na radio, internet, locais públicos ou TV, por exemplo. É o popular ´solta o som DJ´ ;
Sincronização: é quando o fonograma é usado em uma propaganda, filme, série ou game, ou seja, é quando seu fonograma está sincronizado com uma imagem;
Execução pública: é quando sua obra é tocado ao vivo por algum artista.
Aposto que você já está fazendo contas de quanto os autores das obras cantadas pelo Elvis ganharam toda vez que ele apareceu cantando na TV, nos filmes ou em shows… É isso mesmo, toda vez que uma música toca alguém está ganhando dinheiro. Mas pera aí, o Elvis tinha uma banda e um produtor, esses caras também ganham direitos autorais?
Sim, todos que participam da criação do fonograma ganham com a veiculação da música, e a regrinha básica é a seguinte:
2/3 dos direitos arrecadas vão para o autor e editor com percentuais negociáveis;
1/3 para quem participou do fonograma (músicos, intérpretes, arranjadores, produtores etc). Esses percentuais são valores fixos.

Dois termos que sempre dá pano pra manga:
Produtor fonográfico é quem paga pelo fonograma, ou seja, quem banca estúdio, músicos, arranjadores etc. O produtor musical entra na divisão dos músicos acompanhantes
Intérprete pode ser banda, ou seja, os Beatles são os intérpretes dos fonogramas gravados por eles, assim como o Elvis é o intérprete.
Não sei você, mas eu tenho certeza que tem muita oportunidade para o autor e, com esse monte de regras, números, negociações e processos para coletar os direitos autorais, também fica claro para mim a importância da Editora para ser o parceiro do autor e garantir que ´toda vez que sua música toca você ganha dinheiro´.
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